O cochichar do vento alegre
o delirar da recalcada
o que embala o sonho do poeta
e tece a veia do desejo

o que enlouquece a razão
disparar o coração
e discorda da logica
o que te leva ao abismo

mais por juízo ou não
só te mostra o precipício
não te atira
te tira apenas o folego

e te mostra o caminho

Júnior B. Melo 20/03/2011

A fantasia

Olhos belos, olhos claros olhos, olhos
Vejo isto, vejo aquilo vejo, vejo
Beleza clara, beleza rara beleza, beleza
Observo o passo, observo o caminho observo, observo
Mulheres inteligentes, mulheres elegantes mulheres, mulheres

A sala em silencio
Enquanto uma voz ecoa longe
Ecoa baixinho
Algo acontece
Logico estou vivo
E percebo o acontecimento
Também percebo a menina
A fantasia
A alegria e o medo
Olho pra ela enxergo o mundo nela
Olho pro mundo
E enxergo ela nele
E em um sentimento tão fundo
Encontro-me só
Chorando por teu carinho
E quando o tempo
Esqueço o choro
E me presto a sorrir.

15/02/2006
Júnior B. Melo

Cantada do tempo do onça

Essa duvido que alguém conheça
Cantada do tempo do onça
Você é tão bonita
Como uma gota d’água
Numa folha de inhame.

2006

Começando a namorar

Conto reconto
Danço e me balanço
Apronto faço arte
Batia campainha e saia correndo
Hoje nos braços dela fico quietinho
Deixa mamãe saber disso

29/09/2006
Júnior B. Melo

Rua adolfo Siqueira

A rua Adolfo Siqueira
Já no andar das duas da tarde
De tão pobre que é
Nem sombra a rua tem
Segui a passos curtos
O trajeto da rua
O homem que passava
Montado em um triste cavalo
A rua que passava
Num triste embalo
Falta-lhe cor
Amor, pão
Falta-lhe calçada
Calçamento , feijão
Falta-lhe quase tudo
Mais honestidade, força de vontade
E talento pra viver a vida
Não falta não

31/05/2006
Júnior B. Melo

Tempo vago

Aqui as coisas realmente parecem ter jeito de coisa
a vaca anda calma pelo chão verde
o homem sentado pensando
o amor anda por ai
pela solidão fria
o homem ainda pensa
na mulher tão amada

e você prefere ficar ai sentado
olhando o tempo vago?