let's go

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domingo, 22 de agosto de 2010

Antigo é o tempo que virá

Nada vai me impedir de seguir meu caminho
Nem mesmo a sua voz cheirando a perfume antigo
Nem mesmo a melancolia de mais um dia
Vivido após o dia que não foi composto
Este sou eu desfigurado por lembranças e pesadelos
Iludido, inocente ou errado
Este sou eu vivendo de meu atraso
Antigo é o tempo que vira
Amor é saudade que eu não terei
Vou em paz por que o meu caminho é longo e penoso
Só eu mesmo sei o quanto tudo isso é louco
E se é loucura estou enquadrado
Esta chuva é mais seca que as cores do inverno
E meu choro é mais meloso do que canções de ninar romances
Lagrimas ou cicatrizes descem do meu rosto
Sentimentos se misturam no poema doloso
Fogo e solidão atravessam o dia para contrariar a rotina
Amor, rancor e dor se desequilibram em minha vida
Sabor amargo de saber quem sou
Sol gelado nas esquinas do amor
Lar inabitável que jamais morei
Sem a ausência da dor
O dia a noite tudo se torna incolor
Trajando idéias que voam mais alto que a realidade
Não somos idéias apenas
Não somos pessoas pequenas
Somos carne somos poemas
Imagens e seus problemas
Mensagem serena
Tentando nos empurrar a paz da qual temos afinidade pequena
E por onde andara os passos deste poema
Ou as revelações desta noite
Atravessaram o mundo, a rua ou minha mente
Cantarei verdades nuas
Ou semearei sementes
Falarei das duas uma só tenho uma face
Só me vejo de um jeito no espelho
Complicada imagem que eu não sei amar direito
Delicada mensagem traduzida para o meu peito
E uma única imagem tua remove tantas lembranças
“sopraremos a poeira do passado assim como o passado também será soprado”
Para o vazio mais profundo de nossas mentes
E se ele tentar fugir trincaremos os dentes em sinal de poder
E do velho futuro será soprado apenas os sonhos que não pediram pra nascer
Antigo será só o que começa de hoje ou o que começou no começo do poema
Quando que com sinceridade falarei a todos de meus problemas
Ou irei eternamente canta- los em meus poemas
Que eu mesmo promovi ao honroso cargo de poema
Estas cartas que escrevo para mim mesmo

Assim tendo soprado os odores do passado
Sopre também este poema para lugar onde vida não exista
Pois este poema revelastes segredos meus
Que eu mesmo não sabia
Atravessando a noite distrai o poeta residente em mim
E que sem querer ele (poeta) revelou segredos meus
Que eu jamais imaginei conhecer
18/09/2003

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